terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Às vezes páro para pensar...

...e até dá jeito.

Eu fui obrigada a parar para pensar no dia 31 de Dezembro.
A Jelly obrigou-me!

Na véspera de Ano Novo, estávamos a preparar-nos para um jantar com 20 e tal pessoas em casa dos amigos de Manchester (mas na casa portuguesa) e a Jelly foi para o jardim. Rebentaram foguetes e ela fugiu. Quando quase a apanhávamos, voltaram a rebentar foguetes e ela, como tem um medo que se pela deles, voltou a correr desenfreadamente.

Acho que foi a meia-hora mais longa da minha vida!
Fiquei tão triste mas tão triste que naquele momento preferia que me tivessem arrancado uma parte do meu corpo que me faltar a minha pequenina. Ela é uma filha... É a nossa companhia de todos os dias. É a alegria de entrarmos em casa e ter a receção mais calorosa que se podia ter (mais do que uma pessoa o conseguiria). Todos os dias! Sem se cansar de nós! Mesmo quando só vou à rua deixar o lixo à rua e volto. E estou-me nas tintas para quem pensa que um animal é um animal e que deve ser tratado de forma diferente de uma pessoa. Que se lixem mesmo! Ela é a nossa princesinha e já me ensinou algumas coisas que jamais pensaria aprender com uma cadelinha.

Foi um desespero não saber onde ela estava, ter a certeza que ela estaria muito assustada e com medo, e que se quisesses voltar ao sitio onde estávamos, não iria conseguir (provavelmente) porque não conhece as redondezas. Pedi a toda a gente que encontrei para me ajudar. Fui a um bairro de ciganos lá ao lado pedir-lhes ajuda.

Encontrei-a! Já bastante distante!

Nem imaginam o que senti!

Senti um "murro" no estômago, perdi as forças das pernas e uma alegria imensa.

Nessa noite não consegui deixar de pensar um único minuto em tudo o que aconteceu e nos 500 se's que criava na minha cabeça.

Percebi que afinal tenho tudo o que há de melhor no mundo.
Tenho um marido maravilhoso, o melhor do mundo, mesmo! Tenho uma Jelly que é a melhor coisa que apareceu na minha vida, a seguir à minha irmã. Tenho uma família com problemas, mas é a minha família e por isso é a melhor e tenho uns amigos fantásticos que sentiram as mesmas "dores" que eu quando a Jelly nos tramou. Basicamente, das coisas melhores da vida, tenho-as todas.

No fim disto tudo e há medida que a noite avançava, estava a fazer o balanço do ano 2013 e a pensar em redenção para 2014. Percebi que tenho que viver ainda mais.

Tenho que namorar mais.
Tenho que passear mais.
Tenho que parar mais (nos momentos pequenos mas grandes ao mesmo tempo).
Tenho que pensar menos.
Tenho que cuidar mais (principalmente do Miúdo, da Jelly e da minha irmã).
Tenho que arriscar mais.
Tenho que deixar este emprego que não gosto e que não me deixa realizada, mesmo que para isso vá para uma situação financeira não tão confortável.



Generalizando, entre outras coisas, em 2014 vou ter mesmo que:

  • Fazer a tal grande viagem
  • Deixar este emprego
  • Dar a conhecer o sentido de maternidade à Jelly (primeiro ela, depois eu - o relógio biológico dela anda mais rápido que o meu)
  • Aproveitar cada momento e deixar para trás as coisas menos importantes da vida

7 comentários:

  1. Percebo-te perfeitamente! Sem os meus gatinhos, o que seria de mim? Gosto mais deles que muita gente da minha família (muita gente, mesmo!).
    Ainda bem que acabou tudo em bem :) Bom ano!

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  2. Opaaaa....
    Até me arrepiei!!

    Tenho uma cadelinha (a minha irmã, melhor amiga, sem exageros e acho que me entendes) à quase 13 anos e é o ser mais inteligente e carinhoso do mundo (só quando está sozinha comigo porque à frente das outras pessoas arma-se em fria, tem a mania que é muito independente lool) e compreendo perfeitamente o que sentis-te em relação à Jelly!

    Um cão, não é um cão, é um ser que apenas não sabe ler e não fala a nossa lingua... de resto sabe tudo! <3

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    1. Se percebo que um cão jamais será um cão, principalmente quando lhe damos a devida atenção! Ainda bem que há mais pessoas no mundo a partilhar da mesma opinião que eu. Certamente que temos uma vida melhor por pensarmos assim! :)

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  3. Custou-nos mesmo muito aquela meia hora, nem quero mais pensar nisso, quero apenas aproveitar cada momento que temos com a nossa Jelly. E a verdade é que este início de ano tem trazido imensas mudanças para algumas pessoas que nos são muita próximas, o que nos tem deixado ainda com mais vontade de mudar alguma coisa também nas nossas vidas. A minha mulher é realmente uma pessoa altamente criativa e cheia de ideias...uma idiota :p E é mesmo uma pena não estar a aproveitar isso para fazer algo que realmente lhe de gosto fazer. Esperemos mesmo que este seja o ano em que consigamos fazer algo de novo, mais que não seja para ter aquele sentimento de mudança e novidade.
    Mas como disseste, também temos de saber aproveitar melhor todos os momentos...vamos lá ver se este ano fazemos assim umas férias mesmo à maneirinha.
    Gostei muito de ler esta publicação...principalmente da parte em que temos de namorar mais.
    AMO-TE *

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  4. Para a próxima passa o ano novo em casinha com a tua irmazinha, linda, querida e maravilhosa :p que quase teve um ataque quando disseste à mãe que a jelly tinha fugido. Para piorar a situação ela nunca mais dizia se já a tinhas encontrado ou nao :(
    A minha pequenina *-*

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