sexta-feira, 29 de novembro de 2013

NY Times e o Burro Mirandês

Li esta noticia e pensei "What?"

A sério, há cada americano de uma raio!
Primeiro equipara os portugueses aos burros mirandeses. Depois vem a explicação.

Para quem não puder ler a noticia, resume-se a:
Há população europeia, como por exemplo os portugueses, que estão dependentes de subsídios para toda e qualquer atividade. O caso do burro mirandês serve para exemplificar que, apesar do animal não ter grande serventia à sociedade moderna, por exemplo, arar campos, transportar bens e pessoas, etc. foram gastos muitos euros com a preservação desta raça porque estava e continua, embora menos, em vias de extinção. Em suma, acusam os portugueses e todos os europeus mais desfavorecidos de tomarem algumas decisões de forma ineficiente por terem acesso a subsídios.

Ok! É verdade que há muita coisa que se faz e concretiza porque é subsidiada. E se não houvesse dinheirinho do bom, daquele que vem dos mais ostentados europeus, não se faziam.

E depois?

Que têm vocês americanos a ver com isso? Não estão cá na Europa, não fazem parte dos financiadores da nossa dita "ineficiência", por isso, não vos mexe no bolsinho. Claro, a menos que o vosso mercado esteja tão vulnerável e exposto ao exterior que precisem que os Europeus (alguns portugueses inclusivé) consumam os vossos produtos e ajudem a vossa economia e por isso, querem que a maquina esteja a todo o vapor deste lado do Atlântico.

Quem são vocês americanos para falar de um burro Mirandês se há uma grande quantidade da vossa população que não sabe que Portugal e Espanha são dois países distintos e que, além disso, ainda julgam que Portugal há-de ser algures entre a Austrália e o Brasil? Estudem o mundo e as culturas. Abram as vossas mentes ao exterior.

Que tradição e cultura têm vocês para perceberem o significado de um burro mirandês, um galo de Barcelos, uma noite de fados ou um vinho do Porto? Por vezes preservar uma espécie significa muito mais que mantê-la para as suas habituais funções. Já pensaram que o burro mirandês tem direito a ser animal tal e qual como um Koala? E os nossos Linces ibéricos que vocês também gostam de apresentar nos vossos jardins zoologicos? Esse nunca puxaram carroças.

Por último, sabem o que significa casamento? Nos casamentos assume-se um compromisso de companheirismo e união na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Sabem, a União Europeia pode não ser um casamento perfeito, mas quem o tiver, que levante o dedo. É isso mesmo que somos. Portugal talvez seja, nesta relação, a mulher consumista, conturbada e até mentirosa mas é assim mesmo. Se Portugal foi escolhido para este casamento é porque a outra parte também viu coisas boas neste país à beira mar plantado, senão, Portugal não teria ficado noiva, casada e não teria celebrado as bodas de prata.

Foto de João Pedro Marnoto for The New York Times

"Entre marido e mulher, que ninguém meta a colher!"

3 comentários:

  1. Tenho quase a certeza que estes burros mirandeses já deram mais ao nosso país à beira mar plantado, do que aquilo que o país deste jornal já deu ao resto do mundo.

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  2. Um bom exemplo de falta de cultura destes americanos. Precisamente por eles não terem origens,não terem história e serem apenas uma mescla de países conquistadores, de raças... Sem identidade e sem genuinidade, vêm criticar a nossa (ainda) ligação ao tradicional. E essa ligação é pequenina porque temos tido uma governação de merdinha, porque bom bom é um país que guarda a sua cultura e costumes ao mesmo tempo que evolui tecnologicamente. E sim, temos Burros Mirandeses e temos agricultores tradicionais e pastores e qual é o problema deles? E se não sabem onde é Portugal que perguntem ao Cristóvão Colombo que ele sabe...

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  3. O meu primo tem um burro destes, é o Tico e é um animal de estimação como um cão ou um gato!

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