terça-feira, 8 de abril de 2014

Vender o Carro

Temos o nossos carros à venda porque vamos comprar um novo. Já está encomendado! Yupi! :D
Mas para vender o antigo não está a ser do dia para a noite.
Até calha bem porque também precisamos dele para vir trabalhar mas ficamos a pensar que podemos não conseguir vende-lo a tempo do novo carro vir. Apesar de não ser uma condição rígida (vender um antes do novo estar cá), dava mais jeito.
Finalmente, ontem e hoje fomos contatados por duas pessoas interessadas. Uma delas já vai ver o carro hoje.

Eu sei que parece totó da minha parte estar com este sentimento de nostalgia pelo carro, mas no fundo, no fundo, não gostava que ele fosse embora.
Acompanhou-nos em tantas aventuras. Temos tantas histórias com ele.

Melhor de todas:
Eu e o Miúdo fomos acampar uns dias para Évora e a luz do óleo acendeu a avisar que tínhamos que adicionar mais, num sábado à tarde.
Fomos a umas bombas de gasolina, o Miúdo acrescentou o óleo e depois disse-me que ia verificar a pressão dos pneus. Pediu-me para abrir a tampa do deposito da gasolina porque é lá que está a indicação da pressão dos pneus. Essa tampa abre-se com um botão que está dentro do carro. Carreguei no botão de trancar as portas e disse-me ele "não é esse! É o outro que está à beira do travão de mão!"
Carrego nesse, saio fora do carro porque estava um calor infernal e bato a porta do carro.

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Foi mais ou menos isto que se passou na minha cabeça durante milésimos de segundo que foram suficientes para reparar que tinha fechado o carro com a chave lá dentro e na ignição.

F***-se! F***-se! F***-se!

Olho para o lugar de passageiro e estava lá a minha carteira, os dois telemóveis pousados e tudo o que tínhamos. Tudo à mostra. Tudo inacessível.
Duas personagens, numa bomba de gasolina, com um carro trancado, apenas de t-shirt, calções e chinelos de enfiar no dedo. Não tínhamos identificação, dinheiro, telemóvel e nem um mísero relógio de pulso que nos pudesse servir de garantia para qualquer coisa.

A solução assim à primeira vista seria partir o vidro mais pequeno que o carro tivesse, mas o pai do Miúdo ia discutir tanto connosco por sermos irresponsáveis e mais não sei quantos adjetivos que não vale a pena dizer.

Mas a porta ficou mal batida.

Chamamos a policia com a ajuda da senhora das bombas de gasolina.
E lá foi o Miúdo no carro da GNR procurar um habilidoso que abre carros.

Eu fiquei sozinha, numa estrada nacional alentejana, sentada à sombra (porque ao sol tinha ficado estendida que nem um carapau) à espera da salvação.

Ao sábado à tarde no Alentejo parece que se trabalha? Todas as oficinas manhosas e menos manhosas (como a da própria marca) fechadas. Procuraram em não sei quantos sítios e eu ali há mais de meia-hora a derreter à sombra. Lá encontraram um amigo de um habilidoso que não era daqueles habilidosos de primeira. Usava os seus saberes apenas para fins profissionais mais legais.
Esse senhor trouxe apenas uma chave de fendas, um arame, um alicate e um bocadinho de papel. Foi tudo o que ele escolheu da sua oficina cheia de ferramentas.

Entretanto chegaram os dois GNRs, o Miúdo e o senhor que parecia o MacGyver em versão alentejana, com a camisa aberta até ao meio da barriga e todo transpirado.

Enrolou a chave de fendas num pedaço de papel e colocou-a na parte de cima da porta a forçar mais um bocadinho a abertura. Depois enfiou o arame para dentro do carro, atravessando-o até ao outro lado para tentar abrir a porta pelo ladro dentro que fazia destrancar o fecho central.
Como o arame não era suficientemente comprido, o alicate servia para segurar na pontinha desse mesmo arame que ficava do lado de fora.
Ao final de alguma transpiração de todos, principalmente dos que estavam apenas a ver, lá o homem conseguiu.

Foi nesse dia que descobri que o Miúdo era o homem da minha vida e muito mais.
Ele não discutiu comigo, não se passou, não se chateou e no final de tudo ainda brincou com a situação, fazendo, finalmente, com que eu também risse.

Moral da história:
Descobri o homem da minha via e ainda lhe proporcionei a fantástica experiência de andar no carro da GNR.

3 comentários:

  1. "Só aí é q descobriste q eu era o homem da tua vida?", foi o q eu disse à Jelly Pearl assim q li este post lol. Foi mesmo uma daquelas aventuras q nunca esqueceremos e ainda bem. Pois vai saber muito bom recordar esse carro e tudo o q vivemos com ele. Custa muito, mas lá tem q ser. Este carro acabou por estar presente em quase todos os momentos q vivemos juntos, até mesmo no nosso casamento.. AMO-TE minha PRINCESA!

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  2. Para mais tarde recordar...como dizia a música:)
    E que continue:) mais porta menos porta a rolar tudo sobre rodas nas vossas vidas:)

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